Gestão financeira e contabilidade: aliança estratégica diante da Reforma Tributária de 2026
A integração entre gestão financeira e contabilidade será essencial para que empresas se adaptem às exigências da Reforma Tributária que entra em vigor em 2026.
A partir de 2026, as empresas brasileiras enfrentarão profundas mudanças com a entrada em vigor da Reforma Tributária. Especialistas alertam que a integração entre gestão financeira e contabilidade será decisiva para garantir conformidade, eficiência e sustentabilidade diante do novo modelo fiscal.
Aprovada em 2023 e com início de implementação previsto para 2026, a Reforma Tributária propõe a unificação de diferentes tributos federais, estaduais e municipais em dois novos impostos: a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços).
A medida busca simplificar o sistema, reduzir burocracias e aumentar a transparência na arrecadação. No entanto, o novo modelo também trará maior rigor na apuração de dados financeiros e contábeis, exigindo que empresas mantenham processos integrados e informações atualizadas em tempo real.
De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), o Brasil possui hoje mais de 60 tributos diferentes, responsáveis por um dos sistemas fiscais mais complexos do mundo. A expectativa com a reforma é reduzir em até 40% o tempo gasto por empresas em obrigações acessórias, segundo estimativas do Ministério da Fazenda.
Contudo, especialistas alertam que essa simplificação virá acompanhada de novas responsabilidades digitais e de cruzamento automático de dados, o que aumenta a necessidade de integração entre os setores financeiro e contábil.
Para Luciana Prates, consultora em gestão contábil e especialista em compliance financeiro, o alinhamento entre os departamentos será determinante na nova era tributária:
“Sem uma base financeira organizada, o contador trabalha no escuro. Quando há sinergia entre os dois setores, todos ganham: o empresário, que tem previsibilidade; o contador, que entrega com segurança; e o negócio, que se torna mais competitivo.”
A especialista destaca que empresas que já adotam softwares integrados e processos automatizados estão em vantagem, pois terão menos ajustes a fazer quando as novas regras entrarem em vigor.
A integração entre finanças e contabilidade vai além da conformidade legal. Trata-se de uma mudança estrutural na forma de gerir negócios. Com os novos tributos, cada transação exigirá informações precisas sobre fluxo de caixa, faturamento e regime de incidência.
Empresas que não se prepararem podem enfrentar atrasos, inconsistências e riscos de autuação. Por outro lado, aquelas que adotarem uma cultura de dados e governança integrada poderão reduzir custos, otimizar decisões e ganhar competitividade.
Apesar do consenso sobre a importância da reforma, parte do setor empresarial ainda manifesta preocupação com a curva de adaptação. Entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) pedem clareza nos prazos e regras de transição, temendo impactos na carga tributária e na capacidade operacional das pequenas e médias empresas.
Mais do que uma mudança técnica, a Reforma Tributária de 2026 simboliza uma transformação cultural na forma como as empresas lidam com suas finanças. A integração entre gestão financeira e contabilidade não será apenas uma vantagem, mas uma necessidade para quem deseja crescer com eficiência, transparência e conformidade.

