Brasil reforça protagonismo ambiental durante COP30, enquanto cosméticos naturais ganham espaço no mercado
Evento global em Belém reacende debates sobre sustentabilidade e impulsiona discussão sobre práticas responsáveis de autocuidado e beleza.
Enquanto a COP30 ocorreu em Belém, no Pará, reunindo líderes internacionais desde o início deste mês, especialistas apontam que a pauta climática também impacta diretamente o setor de beleza e bem-estar no Brasil. A busca por práticas sustentáveis e cosméticos naturais tem crescido à medida que consumidores relacionam autocuidado à preservação ambiental.
A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) posiciona o Brasil no centro das discussões globais sobre preservação ambiental. Com o evento sediado em Belém, os debates se concentram em metas para redução de emissões, proteção da biodiversidade e adaptação às mudanças climáticas.
Paralelamente, setores como o de cosméticos passam por transformações impulsionadas pela demanda crescente por produtos menos agressivos ao meio ambiente. Nos últimos anos, o mercado de cosméticos naturais e veganos registrou aumento consistente tanto no Brasil quanto no exterior, de acordo com levantamentos da ABIHPEC e relatórios internacionais de tendências de consumo sustentável.
Produtos sustentáveis
Levantamento da Ecovia Intelligence indica que o mercado global de cosméticos naturais e orgânicos cresce a uma taxa anual superior a 8%. No Brasil, dados da ABIHPEC mostram avanço significativo em produtos classificados como sustentáveis, especialmente entre pequenas marcas independentes.
Além disso, pesquisas de comportamento divulgadas pelo Instituto Akatu apontam que mais de 60% dos consumidores brasileiros afirmam considerar impacto ambiental na escolha de produtos de autocuidado.
A cosmetóloga Eliane Santos, fundadora da marca Verde Pele Biocosméticos, afirma que a transição para um consumo mais consciente reflete mudanças no entendimento sobre autocuidado. Segundo ela, "o uso de ingredientes vegetais, formulações limpas e embalagens sustentáveis representa um movimento de respeito ao meio ambiente e aos impactos gerados pelo setor", diz.
Eliane Santos destaca ainda que princípios defendidos na COP30, como redução de resíduos e responsabilidade na cadeia produtiva, influenciam diretamente a forma como empresas estruturam seus processos. "A conferência sinaliza um chamado coletivo. Na cosmética, isso significa produzir com responsabilidade e minimizar impactos em todas as etapas", explica.
O avanço de práticas sustentáveis no segmento de beleza aproxima consumidores, empresas e políticas públicas. Especialistas avaliam que escolhas cotidianas, como optar por produtos veganos ou biodegradáveis, contribuem para reduzir o impacto ambiental e fortalecem a economia circular.
Tranaparência
No setor industrial, cresce a exigência por transparência, origem rastreável de matérias-primas e descarte correto de embalagens. Para empreendedores, a tendência representa oportunidade de inovação e adaptação a um mercado mais atento a critérios socioambientais.
Representantes de setores tradicionais da indústria cosmética afirmam que a transição para processos mais sustentáveis envolve custos elevados de pesquisa, adequação e certificações. O posicionamento é de que avanços são necessários, mas requerem planejamento gradual para não comprometer competitividade e escala produtiva.
Com a COP30 impulsionando debates sobre responsabilidade ambiental, especialistas indicam que o futuro da beleza tende a seguir caminhos cada vez mais sustentáveis. Relatórios de mercado projetam que marcas alinhadas a princípios ecológicos devem ganhar relevância à medida que consumidores reforçam interesse por produtos que conciliam saúde, bem-estar e preservação da natureza.

