Cultura organizacional: um olhar sobre comportamento e estratégia
Cultura organizacional é um dos temas mais citados no mundo da gestão, mas ainda é um dos mais mal compreendidos.
Uma pesquisa da ABRH e Umanni revela que 51% dos profissionais de RH apontam a cultura como o maior desafio da área.
Muitas empresas acreditam que cultura significa missão, visão e valores escritos em quadros na recepção. Outras associam cultura a benefícios, clima organizacional ou ações de bem-estar.
Mas a cultura não é nenhuma dessas coisas e justamente por isso tantas organizações enfrentam dificuldades em sustentar comportamentos, alinhar expectativas e direcionar suas equipes.
A cultura é, essencialmente, a forma como as pessoas se comportam no dia a dia, guiadas pelos valores da empresa. É o conjunto de hábitos, rituais, linguagens e atitudes que moldam a forma como o trabalho acontece e como as relações se estabelecem.
Mais do que um conceito abstrato, ela é o que de fato define “o jeito de fazer as coisas”.
Cultura é comportamento e também estratégia
Cultura organizacional não é um departamento, um projeto ou um documento formal. Ela é parte do plano estratégico da empresa, porque é ela quem sustenta a forma como a organização alcança seus resultados. Isso porque os valores são a base que direciona como as pessoas devem agir para alavancar os objetivos do negócio.
A cultura funciona como uma bússola: ela direciona, orienta comportamentos e sustenta a coerência entre o que a empresa diz e o que ela realmente faz.
O papel da liderança: cultura se propaga pelo exemplo
Um dos maiores equívocos é acreditar que o RH é responsável por moldar a cultura, quando, na verdade, quem molda a cultura é a liderança.
O papel do RH é preparar, desenvolver e orientar os líderes para que eles possam propagar e sustentar comportamentos coerentes. Se você quiser entender a cultura de uma empresa, observe a liderança, porque é ela quem reforça ou destrói os valores no dia a dia.
Por isso, a cultura precisa estar na mesa de reunião dos gestores, nas decisões estratégicas e no olhar atento à coerência entre discurso e prática.
Como moldar uma cultura forte e coerente
Construir cultura não é um esforço pontual, mas um processo contínuo de:
· Reforço constante de hábitos e comportamentos desejados;
· Modelagem cultural a partir do exemplo da liderança;
· Clareza dos valores, que precisam ser conhecidos e praticados;
· Rituais e linguagem que reforcem a identidade da empresa;
· Treinamento da liderança;
· Coerência nas decisões.
A cultura é a base dos projetos da empresa. Se ela não for clara, as pessoas ficam sem direção e cada uma cria seu próprio jeito de fazer as coisas. É por isso que muitas empresas vivenciam conflitos internos, desalinhamentos e resultados inconsistentes.
A cultura importa porque ela determina resultados
Cultura não é sobre frases inspiradoras, mas sobre como as pessoas trabalham e como os resultados acontecem. Na prática, é o que sustenta a estratégia e o que mantém as pessoas caminhando na mesma direção.
Para Rayane Vieira, consultora de RH e especialista em gestão de pessoas, cultura organizacional é o que aparece no comportamento diário das equipes: “Mais do que um papel pregado na parede, a cultura é transmitida pelas ações do dia a dia.”
Quando a empresa entende que cultura não é discurso, mas comportamento, ela muda a forma como se relaciona com os colaboradores e com os resultados que deseja alcançar.
Essa é a essência da cultura organizacional: aquilo que se vê, se vive e se reforça todos os dias.

