RDS Concha D’Ostra reforça alerta sobre período de defeso do caranguejo-uçá em Guarapari

Medida, vigente até 30 de novembro, proíbe a captura e comercialização do caranguejo-uçá para garantir a reprodução da espécie e a preservação dos manguezais capixabas

RDS Concha D’Ostra reforça alerta sobre período de defeso do caranguejo-uçá em Guarapari
Foto: Divulgação

A Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Concha D’Ostra, administrada pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), em Guarapari, reforça o alerta à população sobre o início do período de defeso do caranguejo-uçá (Ucides cordatus). Desde o dia 1º de outubro, está proibida a captura, o transporte, a comercialização e o beneficiamento do crustáceo nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, conforme determina a Portaria nº 52/2003 do Ibama. A restrição segue até 30 de novembro para todos os indivíduos e, em dezembro, se aplica exclusivamente às fêmeas da espécie.

Conhecido como o “engenheiro do mangue”, o caranguejo-uçá tem papel essencial na manutenção ecológica dos manguezais. Suas tocas ajudam na aeração do solo, circulação de água e decomposição de matéria orgânica, garantindo o equilíbrio do ecossistema. Na RDS Concha D’Ostra, a espécie é considerada um verdadeiro símbolo da sustentabilidade, refletindo a harmonia entre biodiversidade e modos de vida tradicionais.

Além de sua importância ambiental, o caranguejo-uçá é fonte de renda e alimento para diversas comunidades locais. A proteção durante o defeso assegura a reprodução natural e a continuidade dos estoques, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a economia das famílias que dependem da atividade extrativista.

Durante o período, a fiscalização e as ações educativas são intensificadas pelo Iema, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama) e outros órgãos ambientais. “O respeito a essa pausa é um ato essencial não apenas para a conservação da biodiversidade, mas também para o fortalecimento da gestão participativa da reserva”, destaca a técnica ambiental do Iema, Renata Baes.

Prevenção

A Secretaria de Meio Ambiente de Vitória (Semmam) realiza, constantemente, ações relacionadas ao controle e monitoramento do ecossistema manguezal, e à fiscalização ambiental, embarcada e por terra, assim como junto aos locais onde o crustáceo é comercializado na capital.

De forma preventiva, diversas ações e atividades de educação ambiental, envolvendo a  população escolar e comunidades, ocorrem ao longo do ano, com o projeto "Mangueando na Educação" que, por meio da Gerência de Educação Ambiental (GEA), busca sensibilizar quanto à importância do ecossistema manguezal e à necessidade de preservá-lo.

Durante os meses de defeso, a Semmam intensificará as ações de fiscalização em parceria com órgãos ambientais e de segurança, a fim de coibir práticas ilegais. Em caso de flagrante de irregularidade, será lavrado um auto de infração e a comunicação de crime ambiental.

As atividades de educação ambiental junto a escolas, comunidades e espaços públicos, também ganharão espaço nesse período.

Denúncias

A Prefeitura reforça que o respeito ao defeso é uma responsabilidade coletiva. Denúncias podem ser feitas pelo Fala Vitória 156, também na Polícia Ambiental, por meio do telefone (27) 3636-1650, ou no Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), pelo telefone (27) 3636-2599.