FGTS segue como principal aliado na compra da casa própria e amplia acesso ao crédito imobiliário
Regras atualizadas, possibilidades de uso e relatos de beneficiários mostram como o FGTS continua impulsionando o sonho da casa própria no país
O uso do FGTS para comprar a casa própria segue crescendo no Brasil, impulsionado por regras claras e pela busca das famílias por melhores condições de financiamento. Para muitos compradores, o fundo não é apenas um benefício trabalhista, mas um instrumento decisivo para transformar uma meta pessoal em realidade. É o caso do analista financeiro Lucas Loureiro, que utilizou o saldo acumulado para dar entrada em seu imóvel. “Usei o FGTS para a entrada e não me arrependo. Sem ele, o processo teria sido muito mais difícil”, conta.
Criado a partir de depósitos mensais dos empregadores aos trabalhadores regidos pela CLT, o FGTS pode ser usado em diversas etapas da aquisição, desde a composição da entrada até a amortização do saldo devedor ao longo do contrato. Para isso, é preciso atender às regras da Caixa Econômica Federal: ter ao menos três anos de trabalho sob regime FGTS, não possuir outro financiamento ativo no Sistema Financeiro de Habitação e não ser proprietário de imóvel residencial na cidade onde mora ou trabalha, incluindo municípios vizinhos da mesma região metropolitana.
A utilização do fundo também é permitida em conjunto com o programa Minha Casa, Minha Vida, o que amplia o poder de compra de famílias enquadradas nas faixas de renda e facilita especialmente o valor da entrada, etapa que costuma ser o maior obstáculo para novos compradores.
Saúde financeira
Segundo Ricardo Gava, diretor da Gava Crédito Imobiliário e integrante da Ademi/Secovi-ES, o FGTS desempenha papel estratégico na saúde financeira do contrato. “A grande vantagem é reduzir o valor financiado e melhorar as condições de pagamento. O comprador pode diminuir o prazo ou o valor das parcelas com o saldo disponível, desde que respeite os prazos de uso”, explica.
O diretor da Gava Crédito Imobiliário e integrante da Ademi/Secovi-ES, Ricargo Gava. Foto: Divulgação
Ele lembra que, para amortizações ou quitações parciais, o intervalo obrigatório é de 24 meses entre cada utilização. No abatimento de parte das prestações, o prazo cai para 12 meses. Para Gava, acompanhar o saldo e planejar o uso do recurso é essencial para evitar surpresas ao longo do financiamento.
As possibilidades de aplicação são variadas: o comprador pode usar o saldo para compor a entrada, custear parte dela ou utilizar depósitos futuros feitos pelo empregador para reduzir mensalmente até 80% do valor das parcelas por um período de 12 meses consecutivos, sempre seguindo as normas do Conselho Monetário Nacional.
Para o primeiro uso do FGTS no crédito habitacional, o cliente deve apresentar documentos como identificação oficial, extrato da conta vinculada, carteira de trabalho e declaração de Imposto de Renda em uma agência ou Correspondente Caixa. No caso de quem já utilizou o benefício anteriormente, a solicitação pode ser feita de forma digital, pelo aplicativo Habitação Caixa ou outros canais oficiais.
Assim, enquanto trabalhadores como Lucas transformam o saldo acumulado em um patrimônio concreto, especialistas reforçam que o FGTS continua sendo um dos pilares do acesso à moradia no país, unindo regras, planejamento financeiro e oportunidades que facilitam o caminho até a casa própria.

