Casa Branca rebate Lula e diz que Trump “não quer ser imperador do mundo”
Porta-voz afirmou que presidente dos EUA é um “líder forte do mundo livre” e justificou sanções ao Brasil por questões comerciais e ambientais

A Casa Branca respondeu nesta quinta-feira (17) às críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante coletiva com jornalistas em Washington, a porta-voz Karoline Leavitt declarou que Trump “não está tentando ser o imperador do mundo”, rebatendo uma fala atribuída a Lula e divulgada por veículos da imprensa americana.
Segundo Leavitt, Trump é um “presidente forte dos Estados Unidos da América” e também “líder do mundo livre”, destacando que a atuação do republicano teria provocado “uma grande mudança em todo o globo” por conta de sua “liderança firme”.
A porta-voz também comentou a recente carta enviada por Trump a Lula, em que o governo americano anunciou a imposição de tarifas de 50% sobre determinados produtos brasileiros importados. Leavitt afirmou que as regulações digitais do Brasil e a “fraca proteção à propriedade intelectual” estariam prejudicando empresas norte-americanas, especialmente nos setores de tecnologia e inovação.
Além disso, apontou críticas à política ambiental brasileira: “A tolerância do país com o desmatamento ilegal e outras práticas ambientais coloca os produtores, fabricantes, agricultores e pecuaristas americanos — que seguem padrões ambientais melhores — em desvantagem competitiva”.
Leavitt enfatizou que todas as medidas adotadas pelo presidente Trump têm como objetivo defender os interesses do povo americano.
Entrevsita Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender o caminho do diálogo e da negociação em meio ao aumento da tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos. Em entrevista concedida à jornalista Christiane Amanpour, da CNN Internacional, Lula comentou as recentes sanções impostas por Washington e afirmou que o Brasil “não aceitará nada imposto de outro país”.
A declaração vem após o governo de Donald Trump anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, alegando um déficit comercial com o Brasil. Lula, no entanto, contestou essa justificativa, citando dados que mostram que, desde 2009, os Estados Unidos registram superávit comercial com o Brasil. “Quando recebi a informação da carta de Trump, achei que era fake news”, disse o presidente, afirmando que o governo brasileiro responderá “no momento certo”.
Apesar da insatisfação, Lula evitou elevar o tom e negou que haja, neste momento, uma crise nas relações com os EUA. “O Brasil gosta de negociar em paz. É assim que eu ajo, e acho que é assim que todos os presidentes deveriam agir”, afirmou, acrescentando que considera os Estados Unidos um aliado histórico.
Lula também minimizou a classificação de Trump como um político de extrema-direita. “Ele foi eleito para representar o povo americano, e é isso que deve ser respeitado”, disse. Ainda assim, criticou a postura do líder republicano, afirmando que Trump tem demonstrado pouco interesse em negociar e age como se pudesse impor decisões unilateralmente.
O presidente brasileiro também foi questionado sobre o pronunciamento que fará em rede nacional na noite desta quinta-feira (18), mas preferiu manter o suspense: “Vou falar ao povo brasileiro o que estou pensando sobre tudo isso”.
A entrevista reforça o posicionamento do governo brasileiro em defesa do multilateralismo, da diplomacia e do respeito mútuo nas relações internacionais.
*Com informações do G1