Documentário "Cazuza, Boas Novas" estreia nos cinemas com imagens inéditas dos últimos anos do artista

Dirigido por Nilo Romero, ex-baixista e amigo do cantor, o documentário revela a força criativa, o bom humor e a coragem de Cazuza em meio ao seu momento mais desafiador

Documentário "Cazuza, Boas Novas" estreia nos cinemas com imagens inéditas dos últimos anos do artista
Foto: Divulgação

Estreou nessa quinta-feira (17), nos cinemas de todo o país, o documentário Cazuza, Boas Novas, que retrata os dois últimos anos de vida do cantor e compositor Cazuza, um dos maiores ícones da música brasileira. Dirigido por Nilo Romero, amigo pessoal e baixista do artista desde a turnê do disco Exagerado (1985), o longa reúne imagens inéditas, registros emocionantes e depoimentos de nomes que acompanharam de perto sua jornada, como Ney Matogrosso, Gilberto Gil, Roberto Frejat, George Israel e o músico Christiaan Oyens.

O filme se debruça sobre uma fase em que Cazuza já enfrentava o avanço da AIDS, mas continuava a subir aos palcos com garra e paixão. Mesmo fragilizado fisicamente, realizou mais de 40 shows pela turnê do disco Ideologia (1988), que teve direção cênica de Ney Matogrosso. O documentário mostra como o cantor se manteve fiel à sua essência: irreverente, provocador, sensível e incansável na arte de se expressar.


Imagens de Cazuza no documentário lançado nos cinemas. Foto: Divulgação

A proximidade de Romero com Cazuza permitiu acesso a materiais raros, muitos deles nunca exibidos ao público. Boa parte dessas imagens foi registrada por George Israel, saxofonista e integrante da banda Kid Abelha, que costumava gravar em vídeo os bastidores das turnês e encontros com amigos. “Consegui muitas imagens inéditas por conta da minha relação com o Cazuza e com o George. Há registros muito pessoais e espontâneos”, conta o diretor.

Cazuza, Boas Novas também revela momentos de intimidade e descontração do artista com amigos próximos, além de cenas que reforçam seu espírito brincalhão e sarcástico, marcas registradas de sua personalidade. O documentário oferece ao público um olhar sensível sobre a trajetória de um artista que, mesmo diante da doença, se recusou a deixar de viver intensamente.

A pré-estreia do filme emocionou colegas e admiradores, como o cantor Léo Jaime. “A trajetória do Cazuza se mistura com a minha própria trajetória. Ele faz uma falta tremenda. Pensar que já temos 35 anos da morte dele e ainda estamos celebrando sua obra é inacreditável”, afirmou.

Mais do que uma homenagem, Cazuza, Boas Novas é um reencontro com um artista que rompeu padrões e deixou um legado poético, político e visceral. É também um retrato corajoso e inspirador de alguém que transformou dor em arte e nunca deixou de acreditar na vida, e nas boas novas.