Prévia da inflação de setembro sobe 0,48% e energia elétrica impulsiona alta do IPCA-15
Segundo o IBGE, aumento na conta de luz, devido ao fim do Bônus Itaipu e à bandeira tarifária vermelha, foi o principal fator da alta, enquanto alimentos caíram pelo quarto mês consecutivo

A prévia da inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), registrou alta de 0,48% em setembro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado contrasta com a queda de 0,14% observada em agosto e indica que a inflação anual permanece acima da meta do governo de 3% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual, alcançando um acumulado de 5,32% nos últimos 12 meses.
O principal responsável pelo aumento foi a energia elétrica residencial. O fim do Bônus Itaipu, que havia reduzido a conta de luz em agosto para 80,8 milhões de consumidores, aliado à vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, elevou o valor da fatura em setembro. A energia elétrica subiu 12,17%, representando impacto individual de 0,47 ponto percentual no IPCA-15. A cobrança extra é definida pela Aneel para custear a geração de energia por termelétricas em períodos de baixa nos reservatórios das hidrelétricas, uma energia mais cara que a hidrelétrica.
Entre os cinco grupos de preços que mais influenciaram a inflação, habitação teve alta de 3,31%, seguida de vestuário (0,97%), saúde e cuidados pessoais (0,36%), despesas pessoais (0,20%) e educação (0,03%). Já comunicação (-0,08%), artigos de residência (-0,16%), transportes (-0,25%) e alimentação e bebidas (-0,35%) registraram queda.
O destaque positivo ficou com os alimentos, que caíram pelo quarto mês consecutivo, com queda de 0,35% em setembro. O recuo foi puxado principalmente pela alimentação no domicílio, que caiu 0,63%, influenciada pela redução de preços de produtos como tomate (-17,49%), cebola (-8,65%), arroz (-2,91%) e café moído (-1,81%). Em contrapartida, frutas tiveram aumento médio de 1,03%. Já a alimentação fora do domicílio desacelerou, subindo apenas 0,36%, ante 0,71% em agosto.
O IPCA-15 é uma prévia da inflação oficial e segue a mesma metodologia do IPCA, mas com coleta de preços realizada entre os dias 15 do mês anterior e 15 do mês de referência. A diferença também está na abrangência geográfica: o IPCA-15 cobre 11 regiões metropolitanas, enquanto o IPCA completo abrange 16 localidades e será divulgado em 9 de outubro.
O resultado evidencia que, apesar da queda nos alimentos, o aumento na energia elétrica ainda mantém a inflação acima da meta estipulada pelo governo, reforçando a importância do acompanhamento contínuo dos preços e dos efeitos das tarifas de energia no orçamento das famílias.