Entre o tatame e os sonhos: jovem se destaca no jiu-jitsu, judô e wrestling

Rafael Prado, de 12 anos, já conquistou títulos nacionais e internacionais e agora se prepara para o Pan Kids, na Flórida, em busca de novos desafios e realizações

Entre o tatame e os sonhos: jovem se destaca no jiu-jitsu, judô e wrestling
Foto: Arquivo pessoal

Entre risadas, lembranças e muita determinação, o jovem atleta carioca Rafael Prado, de 12 anos, relembra como tudo começou: “Eu nem queria ir na primeira aula e até chorei”, conta ele, ao falar sobre sua estreia no jiu-jitsu aos 9 anos de idade. Incentivado pelo pai, que é apaixonado por artes marciais, o esporte entrou em sua vida para tirar o foco das telas, e acabou se transformando em paixão e propósito.

Pouco tempo depois, o atleta já estava nos tatames disputando seu primeiro campeonato. O judô veio em seguida, como complemento técnico, e os resultados não demoraram a aparecer. Em poucos meses, conquistou o 1º lugar no Estadual de Judô, marcando o início de uma trajetória de vitórias e aprendizados.

Entre os momentos mais marcantes, ele destaca o título de campeão no Campeonato Europeu IBJJF de Jiu-jitsu, em Lisboa, em 2024, enfrentando adversários muito mais pesados. Já em 2025, brilhou novamente no Campeonato Sul-Americano de Jiu-jitsu CBJJ, vencendo quatro categorias acima de seu peso. Também subiu ao pódio em competições nacionais, como o Campeonato Brasileiro e o Brasileiro de NoGi, e acumulou conquistas importantes no judô e no wrestling, modalidades que vêm fortalecendo sua técnica e sua versatilidade.

O atleta já conquistou vários pódiuns, inclusive o Campeonato Internacional Kids, em São Paulo. Foto: Arquivo pessoal

A rotina intensa de treinos,cerca de seis horas por dia, de segunda a sábado, exige foco e disciplina. O atleta divide o tempo entre jiu-jitsu, NoGi e wrestling, sempre ajustando a estratégia conforme a competição. Ele conta que o judô foi fundamental para sua formação: “Aprendi disciplina, equilíbrio e base. Tudo o que conquistei no jiu-jitsu tem um pouco do judô comigo.”

Apesar das vitórias, o caminho nem sempre foi fácil. Durante o Grand Slam Abu Dhabi, no Rio de Janeiro, ele sofreu uma fratura no braço após um arm lock na final. Mesmo lesionado, continuou treinando com o outro braço para não perder ritmo. “Foi uma fase difícil, mas aprendi que a superação é o que me faz seguir”, diz com maturidade.

Hoje, com 19º lugar no ranking mundial da IBJJF em sua categoria, o jovem já mira o próximo desafio: o Pan Kids, na Flórida (EUA). O torneio, considerado um dos mais importantes do mundo para atletas jovens, é seu grande sonho. “Quero representar o Brasil e mostrar tudo o que aprendi. Estou em busca de apoiadores para tornar isso possível”, afirma com brilho nos olhos e a mesma vontade que o levou a vencer tantas batalhas no tatame.