Ministério da Saúde desmente relação entre uso de paracetamol e autismo
Em nota oficial, pasta afirma que não há evidências que liguem o medicamento ao transtorno e alerta para riscos da desinformação na saúde pública

O Ministério da Saúde divulgou nestsa quarta-feira (24), uma nota oficial informando que o uso do Paracetamol por grávidas não ocasiosa o autismo no bebê. A declaração surge um dia após a declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter associado o uso do medicamento sem ter apresentar provas científicas durante entrevista à imprensa.
Segundo a pasta brasileira, “são infundadas informações que relacionam autismo ao uso de medicamentos amplamente estudados, com evidências robustas de sua segurança e eficácia, como é o paracetamol”. O órgão reforçou que a saúde “não pode ser alvo de atos irresponsáveis” e que declarações sem embasamento podem gerar consequências desastrosas, como ocorreu durante a pandemia de Covid-19, que deixou mais de 700 mil mortos no Brasil.
O ministério alertou ainda que boatos desse tipo podem causar pânico e prejuízos diretos à saúde de mães e filhos, levando à recusa de tratamentos essenciais em casos de febre e dor. Além disso, a pasta destacou que o anúncio de uma relação inexistente entre paracetamol e autismo desrespeita pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e suas famílias.
Em paralelo, o Ministério da Saúde anunciou novas medidas para o acolhimento de famílias e para a linha de cuidado de pessoas com TEA, com foco em diagnóstico e intervenção precoce, estratégias fundamentais para promover autonomia e inclusão social, segundo as evidências científicas.
A nota oficial também enfatiza que o Brasil trabalha para reverter prejuízos causados pelo negacionismo, que afetou a adesão da população às vacinas em um país antes referência mundial no tema. “O Ministério da Saúde continuará a ser um defensor das vacinas, da ciência, da cooperação internacional com respeito à soberania e ao multilateralismo que une países em favor da saúde pública global”, diz o texto.
Por fim, a pasta reforçou que “o combate à desinformação é uma batalha cultural e política” e que este será um dos pilares da construção de um novo Sistema Único de Saúde (SUS), capaz de responder aos desafios da atualidade.