Primavera intensifica alergias oculares e exige atenção especial com a saúde dos olhos

Aumento de pólen e poeira agrava casos de conjuntivite alérgica; oftalmologista do Hospital de Olhos de Vitória e pacientes relatam impacto da estação e reforçam a importância dos cuidados preventivos

Primavera intensifica alergias oculares e exige atenção especial com a saúde dos olhos
Foto: Divulgação

Com dias mais quentes e floridos, a primavera é sinônimo de renovação e cores vibrantes na natureza. No entanto, a estação também traz um aumento na concentração de pólen, poeira e ácaros, fatores que intensificam os casos de alergias oculares. Os sintomas mais comuns incluem coceira, vermelhidão, ardência, lacrimejamento e sensação de areia nos olhos.

A secretária Maria Lúcia Azevedo, de 42 anos, sabe bem o que é enfrentar esses sintomas da estação. Ela conta que tem rinite e que, todos os anos, a primavera traz um agravamento das crises. “Sempre nessa época a minha alergia piora. Os olhos ficam vermelhos, coçam muito e lacrimejam o tempo todo. É difícil trabalhar no computador ou sair de casa sem óculos escuros”, relata.

De acordo com o oftalmologista do Hospital de Olhos de Vitória (HOV), Pedro Trés Vieira Gomes, essa é uma das queixas mais recorrentes nesta época do ano. “Durante a primavera, há um crescimento significativo dos agentes irritantes no ambiente. Eles entram em contato com a mucosa ocular e provocam reações inflamatórias, especialmente em pessoas com histórico de rinite ou asma”, explica o médico.

Entre as manifestações mais frequentes está a conjuntivite alérgica, causada pela reação do organismo a substâncias consideradas agressoras. A conjuntiva, membrana que recobre o branco dos olhos, torna-se inflamada, gerando desconforto e vermelhidão.

O especialista alerta que os sintomas costumam ser confundidos com os da conjuntivite infecciosa, o que pode levar ao uso incorreto de medicamentos. “Enquanto a infecciosa é causada por vírus ou bactérias e pode ser transmitida, a alérgica não é contagiosa. Um dos diferenciais está na secreção: nas alergias, ela é aquosa e transparente, e o desconforto melhora com compressas frias”, destaca Dr. Pedro Trés.

Cuidados importamtes

O hábito de coçar os olhos deve ser evitado, pois pode agravar a inflamação e até causar lesões na córnea. Em casos mais graves, o atrito constante pode favorecer o desenvolvimento do ceratocone, doença que altera o formato da córnea e compromete a visão.

Para prevenir as crises, o oftalmologista recomenda cuidados simples, como manter o ambiente limpo e ventilado, lavar o rosto e as pálpebras após atividades ao ar livre e usar óculos escuros para reduzir o contato com partículas suspensas no ar.

O uso de colírios deve sempre ter orientação médica. “Há colírios com vasoconstritores que apenas mascaram os sintomas e podem causar dependência. O ideal é que o paciente procure um especialista para avaliar o tipo de alergia e indicar o tratamento correto”, orienta o médico.

Nos casos leves, colírios lubrificantes e compressas frias ajudam a aliviar o desconforto. Quando há inflamação mais intensa, pode ser necessário o uso de antialérgicos tópicos ou sistêmicos.

Pedro Trés reforça que qualquer irritação ocular persistente deve ser avaliada por um oftalmologista. “Os olhos são estruturas muito sensíveis. Com o diagnóstico precoce, é possível controlar a alergia e evitar complicações mais graves”, conclui o especialista do HOV.