Senador Marcos do Val deixa o país sem autorização do STF e diz que "não está fugindo"
Investigado por tramar contra as eleições e atacar investigadores da PF, parlamentar viajou aos EUA durante o recesso, apesar de ter passaporte retido por ordem judicial.
O senador Marcos do Val (Podemos-ES) contrariou uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) e viajou aos Estados Unidos durante o recesso parlamentar, mesmo sendo alvo de medidas cautelares. Em vídeo gravado nesta sexta-feira (25), direto de Orlando, o parlamentar afirmou que não estava fugindo,
"Não estou aqui fugindo, estou curtindo e dando atenção à minha filha no parque Universal Orlando. Alexandre de Moraes recebeu com 15 dias de antecedência informações de onde eu estaria, qual era o meu voo, o hotel que eu estou e até os ingressos que eu comprei", afirmou ele.
Investigação
Do Val é investigado por supostamente tentar arquitetar um plano para anular o resultado da eleição presidencial de 2022. Ele também responde a um inquérito que apura ofensas e ataques a investigadores da Polícia Federal (PF). Mesmo com ordem de apreensão de seus passaportes, incluindo o diplomático, ele deixou o Brasil por Manaus (AM), utilizando justamente esse documento especial..
Veja o recado do senador:
Em agosto de 2024, o ministro Alexandre de Moraes determinou a apreensão dos passaportes e o bloqueio de R$ 50 milhões das contas do senador. A PF chegou a cumprir mandados em endereços ligados a ele em Vitória (ES), mas não conseguiu localizar o passaporte diplomático, que estaria no gabinete do parlamentar, em Brasília.
No último dia 15 de julho, Marcos do Val chegou a solicitar autorização ao STF para viajar com a família a Orlando. O pedido foi negado por Moraes, que reforçou a vigência das medidas cautelares e afirmou que cabe ao investigado se adequar às restrições, e não o contrário.
Entenda a saída de Do Val
Apesar da negativa, o senador manteve a viagem e alegou, em nota oficial, que comunicou previamente sua saída do país às autoridades competentes, incluindo o STF, o Ministério das Relações Exteriores e o Senado Federal. Segundo ele, a documentação diplomática utilizada estaria “plenamente regular”.
Em fevereiro de 2025, a Primeira Turma do STF rejeitou por unanimidade um recurso apresentado pelo senador e manteve a ordem de bloqueio e devolução dos passaportes. A decisão ocorreu diante da suspeita de que o parlamentar integraria um grupo envolvido em campanhas de intimidação contra agentes da PF.

